Esta obra é resultante de uma pesquisa que objetivou investigar quais as praxeologias disponíveis e evocadas para o ensino dos números a crianças ouvintes e surdas, filhas de pais ouvintes, a fim de criar situações que possibilitassem a construção do número por estas crianças numa sala de aula de matemática inclusiva. o estudo foi realizado através de observações de classe em duas escolas localizadas em salvador: uma escola de surdos, vinculada ao estado da Bahia, e uma escola inclusiva do município. sete crianças surdas estudavam na escola específica, com aulas ministradas em língua brasileira de sinais, e uma criança surda frequentava a escola inclusiva, cujas aulas ocorriam em língua portuguesa, todas cursavam o primeiro ano do ensino fundamental, formando um grupo de oito alunos participantes. para atingir este objetivo final, utilizou a lente da teoria antropológica do didático (tad), adotou a perspectiva sócio antropológica da surdez, ressaltando a diferença linguística dos surdos e a ausência de intérpretes no primeiro ano do ensino fundamental, percorrendo os aspectos epistemológicos e históricos da construção do número e modelizando as atividades humanas observadas em termos de praxeologias. recorrendo à dialética ostensivo/não ostensivo, analisou a evolução dos objetos ostensivos utilizados na escola de surdos, as praxeologias dos professores e dos estudantes, traçando como hipótese de pesquisa o fato de a bagagem praxeológica utilizada para a apresentação dos números não possuir ostensivos sensíveis que possibilitem a construção do número pelos estudantes surdos da escola inclusiva. tomando as referências didáticas desta dialética, cunhou a expressão ostensivos sensíveis, referindo-se àqueles que favorecem e contribuem para a atividade matemática em questão, sendo esta a nossa contribuição teórica. os resultados apontaram que, numa sala de aula inclusiva, alguns objetos possuem um maior grau de sensibilidade e outros, um menor grau.